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mudança de hora

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  Enquadramento histórico | última actualização - 2006.10.29

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O primeiro a analisar os limites dos crepúsculos de forma rigorosa e quantificada foi Pedro Nunes (1502-1578). Verificou que o movimento (aparente) do Sol não é sempre o mesmo e que isso acarretava crepúsculos de duração diferente, variando com a latitude do local e com o dia do ano.

1656 - Christian Huygens inventou o relógio de pêndulo.

Cerca de 1760 - começaram a ser construídos os primeiros relógios de bolso de precisão. A vida começou a ser regulada pelo relógio mecânico e começou a dar-se outro valor ao tempo.

Benjamin Franklin (1706-1790) escreveu um artigo humorístico para o «Journal de Paris em 26 de Abril de 1784 (quando já tinha 78 anos) com o título «Um projecto económico». Franklin queixa-se de os parisienses se levantarem tarde, já pelo meio dia. Ironicamente, assegura aos leitores que o Sol se levanta muito mais cedo, diz tê-lo visto com os seus próprios olhos... Sugere que a hora mude e que no Verão a vida comece 60 minutos mais cedo. Faz algumas contas e diz que Paris poderá assim poupar anualmente 32 mil toneladas de cera de vela. 

1907 - William Willett propõs a mudança de hora no seu panfleto "Waste of Daylight", mas não conseguiu a adopção da medida pelo governo britânico.

1912 - Portugal aderiu ao regime legal de fusos horários.

Foi preciso a Grande Guerra para os Estados sentirem a necessidade premente de poupar energia. Em 30 de Abril de 1916, a Alemanha e a Áustria mudaram a sua hora legal, introduzindo a «hora de Verão». Três semanas depois, em 21 de Maio, outros países europeus seguiram o exemplo, entre os quais Portugal. Em 1917 foi a vez da Austrália e Nova Zelândia, e em 1918 dos Estados Unidos. Hoje, mais de 70 países aderiram ao regime de mudança de hora.

A mudança de hora foi sempre impopular, tendo havido ao longo do tempo avanços e recuos na sua implementação.

Em Portugal, entre 1992 e 1996, Portugal esteve adiantado uma hora no Inverno e duas horas no Verão em relação ao Tempo Universal Coordenado (que equivale ao tempo indicado pelo meridiano de Greenwich). Só durante a Segunda Guerra Mundial tinha acontecido o mesmo. As alterações introduzidas nesses anos tinham por objectivo alinhar a hora portuguesa com a dos seus parceiros comunitários, favorecendo os negócios.

A experiência de ter a hora portuguesa igual à da Europa Central acabaria por conhecer o seu fim em 1996, com o Governo socialista de António Guterres. E, apesar de as empresas continuarem a querer mais tempo para negociar com a Europa e de os portugueses repetirem todos os anos, por esta altura, a queixa de que perdem horas de sol, ainda ninguém voltou a atrever-se a congelar os ponteiros do relógio.

No final de Março de 2011, a Rússia alterou a hora pela última vez. O Presidente Dmitri Medvedev decidiu abolir o horário de Inverno para proteger os cidadãos “do stress e das doenças” causadas pela mudança da hora.

     

fontes: 

Crato, Nuno, «Porque muda a hora», Jornal Expresso - 26.10.2002

Segurar as rédeas do tempo tem muito que se lhe diga

Wikipedia

        

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